A Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e Ministério da Cultura (MinC), encerrou, nesta segunda-feira, 24/6, a oficina “Piloto de Drone para Produções Audiovisuais – arte e técnica”, com a entrega dos certificados aos 35 participantes, no Casarão da Inovação Cassina, na Praça D. Pedro 2°, centro histórico da cidade.
A iniciativa foi contemplada com o prêmio Manaus Identidade Cultural – Audiovisual, com recursos concedidos pela Lei Paulo Gustavo (LPG), executada pela prefeitura.
O presidente do Concultura, Neilo Batista, avaliou como positiva a capacitação. “O curso atendeu aos objetivos da gestão municipal de levar a formação e as ferramentas para proporcionar aos artistas melhores ganhos e maior expressão de sua arte”, disse.
O curso foi gratuito, no período de 19 a 24 de junho, com aulas teóricas à tarde, durante a semana, e aulas práticas no fim de semana, no casarão da Inovação Cassina, rua Bernardo Ramos, centro histórico, e em praças da capital. A oficina foi ministrada pelo produtor cultural, fotógrafo, produtor audiovisual e designer Marcelo Ramos, com coordenação do jornalista e produtor cultural Leandro Tapajós. A busca pela oficina teve mais de uma centena de interessados.
Como trabalho final dos grupos de alunos, foram exibidas seis produções – documental, vídeo para rede social e clipe, entre outros. As filmagens, com a temática “Manaus”, aconteceram no centro histórico e no Parque das Tribos, zona Oeste da cidade.
O mercado audiovisual possui um cenário favorável e em crescimento na Amazônia. Desde produções cinematográficas premiadas nacional e internacionalmente, novelas, clipes, até anúncios publicitários veiculados em TVs e posts em redes sociais, essa indústria movimenta milhões na economia e emprega trabalhadores da cultura. Mas, para fomentar a produção de filmes, documentários, reportagens e outras produções artísticas, também é preciso investir em novas tecnologias e domínio de equipamentos como o drone.
“Fomos surpreendidos pela alta procura. Em poucas horas as vagas para as aulas foram preenchidas. Isso mostra como há uma demanda por qualificação nessa área. Esperamos que os alunos inscritos usem os conhecimentos adquiridos para produzir novidades futuramente. Temos uma turma múltipla, composta por pessoas diferentes e cheias de potenciais que podem colaborar com o cenário audiovisual local. São indígenas, pessoas trans, profissionais da publicidade, novos nomes que desejam iniciar na área, além de artistas e fazedores culturais atuantes na capital e interior. Enfim, com isso o evento possibilita uma troca de experiências enriquecedora entre esses participantes que só favorece a nossa cultura e a uma modalidade tão importante como o audiovisual”, sugeriu o coordenador, Leandro Tapajós.
Arte e Economia
Além de promover a capacitação técnica sobre a captação de imagens aéreas, a Oficina “Piloto de drone para produções audiovisuais – Arte e Técnica” teve por objetivo estimular o desenvolvimento do olhar artístico e estético dos participantes, levando em consideração as normas que englobam a atividade, além de suas regras de segurança.
“Quando se fala em captação de imagem é preciso saber sobre a técnica, mas o que diferencia o que é captado é justamente a questão estética e artística, que se torna a assinatura de cada um. A captação de imagens também é uma arte”, ponderou Ramos.
Ainda de acordo com o professor, a oficina visou, ainda, fortalecer a economia criativa e o cenário artístico manauara.
“Sem dúvida, se tornar piloto de drone abre um leque de possibilidades. Entre elas a de atuar diretamente na criação artística de produções audiovisuais e na produção voltada para o mercado, para as redes sociais, clipes musicais, filmes, documentários e dramaturgia. O drone é um equipamento-chave, atualmente, quando se fala em audiovisual. As imagens captadas por ele podem ser um diferencial em todo tipo de produção”, acrescentou.
“Já trabalho há mais de 15 anos na área de produção artística e os primeiros contatos com drone foram em 2018. Sem dúvida é um equipamento fundamental para quem atua com fotografia e vídeo hoje em dia. Mesmo assim, encontramos uma certa dificuldade para conseguir aprimoramento. São poucos os cursos e também caros. A oficina tem também esse propósito, de possibilitar que mais pessoas comecem a aprender a pilotar drone, ou que se aprimorem”, explicou Ramos.
Para a aluna Priscila Ramos, relações públicas, a oficina é uma boa oportunidade para as pessoas que querem iniciar nessa área de produção audiovisual. “Você ter esse contato com o drone, com diversas ferramentas e canais, é fundamental para entrar no mercado de trabalho competitivo”, afirmou.
Sobre o diretor
Marcelo Ramos, nascido em Manaus, é formado em Tecnologia em Design Gráfico e pós-graduado em Publicidade, Propaganda e Marketing. Faz a produção audiovisual de artistas, vídeos publicitários, clipes musicais, filmes e documentários. Atua como artista plástico e visual, produtor cultural, fotógrafo, produtor audiovisual e designer.
Entre os últimos trabalhos que realizou estão projetos premiados por editais com fomento das leis Aldir Blanc, Paulo Gustavo e Rouanet. Entre eles, o Documentário “Rotina Cabocla” (https://youtu.be/iVbYRHHelWw?si=e-cTNfgALn8MpbkM); o documentário “AjuriArtes: Amazônidas Fazedores”, vencedor do prêmio de Melhor Documentário da 2ª Mostra Internacional Audiovisual [Em] Curtas; “Tempestade em copo d’água/ Projeto Gari”; clipe de Brizzy MC.
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Texto – Cristovão Nonato / Concultura
Fotos – Fábio Simões e Geórgia Varela / Concultura