Como parte da campanha “Junho Violeta”, a Prefeitura de Manaus está promovendo rodas de conversa com servidores da saúde para discutir a violência contra a pessoa idosa e o papel das equipes da atenção primária no combate ao abuso, sensibilização da população e reforço dos direitos dos idosos. O segundo encontro da agenda, conduzida pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com a Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI), ocorreu na manhã desta terça-feira, 3/6, reunindo servidores do Distrito de Saúde Sul.
A roda de conversa, realizada na Faculdade Martha Falcão Wyden, teve a participação de aproximadamente 40 servidores que atuam nas unidades de saúde vinculadas ao Distrito Sul da Semsa, incluindo agentes comunitários de saúde (ACS), assistentes sociais, enfermeiros, médicos, entre outros profissionais.
Conforme a chefe do Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso da Semsa, Eliny Rocha, a proposta dos encontros é a de fortalecer o entendimento sobre a temática da violência contra o idoso, bem como a atuação dos profissionais de saúde na identificação e notificação de casos suspeitos ou comprovados de abusos a pessoas idosas atendidas na rede de atenção primária à saúde.
“São questões que nossos profissionais de saúde já conhecem, mas acreditamos ser importante e necessário esse diálogo para que eles possam entender as situações que encontram no dia a dia e a quais canais podem encaminhar as demandas encontradas”, assinala a gestora, que atuou como mediadora na roda de conversa.
Durante a atividade, relata Eliny, foram levantados diferentes aspectos da violência praticada contra a pessoa idosa, incluindo seus tipos, como a violência física e psicológica e o idadismo, e os perpetradores mais comuns. “Também falamos sobre os canais de denúncia, destacando a importância do preenchimento da ficha de notificação da violência, a ser encaminhada para a autoridade sanitária”.
A servidora ressalta o caráter participativo das reuniões, que são abertas para o compartilhamento de vivências e questionamentos dos profissionais de saúde. “Buscamos conversar com os servidores para que eles entendam que não estão sozinhos nesse processo, que há toda uma rede de apoio para acompanhamento em relação a situações de violência”, pontua Eliny.
Notificações
Os casos suspeitos ou confirmados de violência praticada contra idosos identificados pelos serviços de saúde públicos e privados devem ser notificados de forma obrigatória à autoridade sanitária, conforme o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741/2003. Os casos que chegam às equipes de vigilância em saúde são encaminhados para órgãos como a Delegacia Especializada em Crimes contra o Idoso, o Ministério Público e os Conselhos Municipal e Estadual do Idoso.
Conforme Eliny, os casos identificados ou suspeitados pelas equipes de saúde são enviadas também, por meio de relatórios, ao Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso da Semsa, que acompanha os casos no âmbito da saúde municipal. O núcleo compartilha ainda os relatos com o Programa de Atendimento Domiciliar ao Idoso (Padi), da Fundação Dr. Thomas, da Prefeitura de Manaus, e os Centros de Referência de Assistência Social (Cras e Creas).
“Assim, temos toda uma rede de apoio para suporte àquela situação identificada pelos profissionais da atenção primária”, conclui.
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Texto – Jony Clay Borges / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa