Com o objetivo de identificar o atual nível de risco em Manaus para a ocorrência de casos de dengue, zika e chikungunya, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de saúde (Semsa), iniciou, nesta segunda-feira, 8/9, o 3º Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2025. Durante o levantamento, profissionais da Semsa irão vistoriar de 25.764 imóveis selecionados por amostragem nos 63 bairros das zonas Norte, Sul, Leste e Oeste.
O levantamento será executado por 306 profissionais da Semsa, entre Agentes Comunitários de saúde (ACSs) e Agentes de Controle de Endemias (ACEs), motoristas, supervisores, digitadores e equipe administrativa.
O chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, explicou que o LIRAa é uma estratégia executada para a obtenção do índice de infestação do Aedes aegypti nos imóveis, determinando assim o nível de risco para as doenças transmitidas pelo mosquito, o que PODE variar entre baixo, médio e alto risco.
“Com o LIRAa, é possível obter o nível de infestação do Aedes no município, mas também em cada localidade, bairro e zona de Manaus. Então, a Prefeitura de Manaus, obtendo essas informações, tem uma carta de navegação para direcionar as ações de prevenção e controle aos locais mais vulneráveis, evitando possíveis surtos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti”, esclareceu Alciles Comape.
No momento das visitas domiciliares, os agentes de saúde irão fazer a busca de criadouros, identificar e coletar as formas imaturas (larvas) do mosquito, identificar os tipos de criadouros, eliminar ou tratar os potenciais criadouros do mosquito, e orientar os moradores sobre os cuidados necessários para prevenção.
No 1º LIRAa de 2025, realizado entre 17 e 27 de março, o índice de infestação do Aedes aegypti foi de 2,2%, com o 2º LIRAa, realizado entre 30 de junho a 10 de julho, indicando um índice de 1,4%, mantendo Manaus em médio risco, que compreende os valores entre 1,0 e 3,9.
“O município de Manaus vem mantendo o índice de médio risco a cada ano. A tendência é que o resultado do terceiro LIRAa mantenha o médio risco, já que há uma redução das chuvas nesse período”, aponta Alciles Comape.
Casos
Entre janeiro e agosto deste ano, Manaus registrou 874 casos confirmados de dengue, em uma redução de 64,6% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram 2.469 casos da doença.
Mesmo com a redução de casos de dengue, Alciles Comape reforça que é importante que a população continue em alerta e receba as equipes do LIRAa da melhor forma possível nos imóveis, considerando que entrar para vistoriar os imóveis é a única forma de mensurar o nível real de infestação do mosquito Aedes aegypti.
“Os agentes de saúde estarão fardados, com crachá, andando em duplas e geralmente têm um carro da Prefeitura de Manaus dando apoio às equipes atuando no território. E a contribuição da população é essencial para se manter os imóveis sem depósitos de água que possam virar criadouros, até em preparação para o período sazonal das doenças transmitidas pelo Aedes, que normalmente inicia em novembro com aumento das chuvas em Manaus”, alertou Alciles Comape.
Este ano também houve o registro de oito casos confirmados de zika, uma redução de 68% em relação ao ano passado, quando foram registrados 25 casos. Em relação à chikungunya, Manaus registrou aumento de casos, com um total de 60 confirmações esse ano, tendo 10 casos confirmados no ano passado.
A diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da saúde do trabalhador (Dvae/Semsa), enfermeira Marinélia Ferreira, destacou ainda que as mudanças climáticas, com aumento de temperaturas, podem ter impacto na ocorrência de casos das doenças transmitidas por vetores como o Aedes aegypti e por isso a população deve ficar atenta no ano todo para as ações de prevenção.
“O aumento de temperatura PODE interferir e os períodos sazonais para as doenças, do jeito que conhecemos, estão mudando. Em determinadas situações, o aumento da temperatura acelera a maturação dos ovos do mosquito, os estágios da larva diminuem em termos de tempo, o ovo eclode mais rápido e a transformação em mosquito adulto também é mais rápido”, apontou Marinélia.
A diretora alertou ainda para a necessidade da atenção no diagnóstico diferencial nos casos de dengue e zika, que são doenças agudas que se iniciam de forma súbita e tem curta duração, e chikungunya, que PODE se tornar crônica.
“Os sintomas da chikungunya podem durar por três meses ou por toda a vida do paciente. No caso da zika, a preocupação maior é com relação às grávidas por conta das complicações para a saúde do bebê. Como são doenças que podem ser confundidas com muitas outras viroses nos sintomas iniciais, é importante obter o diagnóstico diferencial, realizar os exames adequados e ter maior atenção para grupos mais vulneráveis às complicações de saúde, como as gestantes”, afirmou Marinélia Ferreira.
As ações do LIRAa serão executadas até dia 19 de setembro. Após a consolidação dos dados, a Semsa irá divulgar o índice de infestação e o nível de risco para Manaus, assim como os 63 bairros e as zonas Norte, Sul, Leste e Oeste.
— — — Texto – Eurivânia Galúcio/SemsaFoto – Divulgação/Semsa