A tecnologia oferece mais precisão e eficiência nos laudos. Além de permitir o cruzamento de dados entre os estados do país

Foto: Victor Levy/SSP-AM.
Peritos do Departamento de Polícia Técnico-Científico (DPTC), órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) confirmaram, por meio do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), a vinculação de uma mesma arma de fogo utilizada em cinco diferentes crimes de homicídios praticados no estado. O Sistema além de realizar conexões estaduais pode correlacionar o uso de armas em diferentes crimes praticados entre os demais 25 estados brasileiros mais o Distrito Federal.
No Amazonas, os peritos passaram a integrar à ferramenta tecnológica em outubro de 2023. Deste período até agora, já foram contabilizadas mais de 1.100 inserções, que são informações referentes a projéteis e estojos de munições deflagradas em locais de crimes ou por armas apreendidas pela PMAM e Polícia Civil (PC-AM).
Conforme a perícia balística, a partir dessas inserções, foi possível identificar 28 ligações entre ocorrências diferentes, relacionadas ao uso de arma de fogo em crimes. Uma delas foi realizada em uma arma apreendida pela PMAM, a qual, a partir do Sinab e do trabalho dos peritos do Laboratório de Balística Forense, foi identificada sua utilização em cinco diferentes locais de crimes de homicídios praticados em Manaus.


Todas as informações identificadas pela perícia balística são encaminhadas à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) responsável pelas investigações.
Microcomparações
O perito do IC-LSB, Ulisses Neiss, explicou que o Laboratório de Balística utiliza três equipamentos tecnológicos para realizar o escaneamento de imagens 3D. É a partir desses equipamentos que os especialistas realizam análises de microcomparações de vestígios balísticos.
“O Sinab é composto por três estações de trabalho: o Bullettrax, que faz a aquisição das imagens dos projéteis; o Brasstrax, que faz a aquisição dos estojos; e o Matchpoint, que faz as correlações automatizadas”, explicou o servidor.
Funcionamento
Com o uso dos equipamentos digitais, a equipe consegue identificar marcas únicas deixadas pelas armas nos projéteis e estojos. Esses dados são transformados em perfis digitais e enviados ao Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB), permitindo que as análises sejam comparadas com vestígios de crimes registrados em todo o país.


Para Ulisses Neiss, a tecnologia é essencial na identificação de correspondências balísticas a partir do cruzamento de dados. “É um banco criminal de elementos de munição de armas de fogo encontrados em locais de crimes ou coletados de armas de fogo suspeitas, que hoje está presente em todos os estados do Brasil, incluindo o Distrito Federal. Desta forma, o Sinab contribui para a elucidação dos crimes por meios de provas correlacionando locais de crimes e armas de fogo envolvidas em homicídios”, disse o perito.
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