FOTO: Divulgação/MS O Amazonas apresenta redução de casos de Febre do Oropouche desde o fim do mês de maio, seguida de estabilidade de casos da doença, saindo de cinco casos registrados para nenhum caso na primeira semana de agosto. A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) segue fortalecendo a prevenção contra a doença. Instituição vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), a FVS-RCP destaca para a adoção de medidas de prevenção como estratégia para o enfrentamento à Febre do Oropouche, junto às Secretarias Municipais de Saúde de forma integrada à ação da população. De janeiro a 25 de julho de 2024, o Amazonas registrou 3.177 casos de Febre do Oropouche, por meio de critério laboratorial. Os dados da doença são divulgados mensalmente pela FVS-RCP, via informe epidemiológico. Desde janeiro deste ano, a FVS-RCP intensifica o enfrentamento à doença por meio de alertas epidemiológicos, notas técnicas destinadas a profissionais de saúde e campanhas de educação em saúde para fortalecer a prevenção. “O enfrentamento da febre do Oropouche no Amazonas tem sido realizado de forma integrada. A ocorrência da doença na região amazônica segue sendo estudada por pesquisadores de todo o país. Enquanto isso, fomos destaques, em março e junho, no monitoramento em cenário nacional voltado para estratégias de vigilância e controle em todo o estado”, destaca a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim. Em resposta ao aumento dos casos e à necessidade de reforço na vigilância, o Governo do Amazonas, em parceria com a FVS-RCP, entregou, ainda em março, 20 veículos e 125 pulverizadores para apoiar o enfrentamento da febre do Oropouche e outras arboviroses, como dengue e malária, em municípios do interior do estado. Esse investimento de aproximadamente R$ 5 milhões ocorreu para ampliar a capacidade de resposta e controle em áreas remotas. Além disso, a FVS-RCP tem se dedicado à investigação de novos casos e à atualização contínua dos dados epidemiológicos em colaboração com o Ministério da Saúde. “Paralelamente, estamos intensificando o monitoramento de gestantes e recém-nascidos, visando um acompanhamento rigoroso para minimizar os riscos associados à infecção nesse grupo”, destaca a gerente de Doenças Transmissíveis no Departamento de Vigilância Epidemiológica, Lilian Furtado. Além disso, a FVS-RCP participa de reuniões semanais com o Ministério da Saúde e demais estados brasileiros para avaliar e discutir estratégias de enfrentamento à doença. Não foram registradas anomalias congênitas e/ou abortos nas pacientes que contraíram pelo vírus Oropouche durante a gestação no Amazonas. Ação contínua Além do monitoramento contínuo e detalhado dos casos, a FVS-RCP tem promovido a capacitação de profissionais e a troca de experiências com outras regiões afetadas. Entre as iniciativas recentes, está a participação da FVS-RCP no 1º Simpósio sobre a Febre do Oropouche – Bahia 2024, onde foram compartilhadas experiências e estratégias de controle do Amazonas com outros estados. A FVS-RCP também tem investido na capacitação de profissionais locais. Em abril de 2024, a Fundação sediou o curso “Biologia dos Arbovírus e Vetores da Febre do Oropouche”, em Manaus. Este treinamento ocorreu para aprimorar as habilidades dos profissionais da saúde pública, na identificação e controle eficaz da Febre do Oropouche. Oropouche e prevenção O Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. A transmissão do Oropouche é feita principalmente pelo inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim). Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias. Quando o inseto pica uma pessoa saudável, pode transmitir o vírus. Os sintomas são parecidos com os da dengue: dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. Alguns pacientes apresentam irritação na pele espalhada pelo corpo. Devido à similaridade com outras arboviroses, principalmente dengue e chikungunya, o diagnóstico laboratorial é fundamental para o diagnóstico em conjunto com critérios clínico-epidemiológicos. Não existe tratamento específico e os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico. Em casos de sintomas suspeitos, a recomendação é procurar ajuda médica e informar sobre a exposição potencial à doença. Para prevenção, a recomendação inclui evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores; usar roupas que cubram a maior parte do corpo; manter a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais; recolhimento de folhas e frutos que caem no solo; e uso de telas de malha fina em portas e janelas.
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