Profissionais de saúde da Prefeitura de Manaus irão discutir o racismo e seus impactos com jovens da zona Leste, em uma ação, nesta quinta-feira, 28/11, na escola municipal Raul de Queiroz, no bairro Cidade de Deus. A atividade faz da iniciativa Estação da Saúde, desenvolvida pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), e tem o objetivo de reforçar valores como igualdade, empatia e respeito às diferenças entre os alunos da unidade de ensino.
Voltada a adolescentes de 12 a 17 anos, a atividade acontece a partir das 13h e inclui visitação a uma exposição interativa e apresentação de vídeos musicais sobre a questão do racismo, com os temas “Ninguém nasce racista” e “Normal é ser diferente”. Durante a ação, os jovens dialogam e interagem com preceptores, entre eles técnicos, enfermeiros, assistentes sociais e outros profissionais da Semsa.
Conforme a chefe do Núcleo do PSE, Jailce Dória, esta será a primeira ação do Estação da Saúde a tratar da temática do racismo. O projeto abrange, ao todo, oito estações temáticas, com foco em gravidez na adolescência, dignidade menstrual, alimentação saudável, tabagismo e outros temas, compreendidos nas ações definidas pelos ministérios da Saúde e Educação para serem desenvolvidas pelo PSE.
“Vamos levar a temática do racismo para dentro das escolas, como parte das ações do PSE de prevenção das violências e de promoção da paz e dos direitos humanos. A proposta é fortalecer valores essenciais para uma sociedade mais justa e inclusiva, como igualdade e respeito”, explica a gestora.
Uma das preceptoras da atividade, a técnica do Distrito de Saúde (Disa) Leste da Semsa, Maria Alibia Pessanha Alencar, relata que a abordagem do racismo na ação é direcionada ao público juvenil, feita de forma lúdica e utilizando linguagem clara e simples. Além de vídeos musicais, as equipes vão distribuir material impresso tratando de diversidade, igualdade e combate ao preconceito.
“Vamos levar exemplos de pessoas que sofreram com o preconceito e os impactos negativos na vida delas. O objetivo é que os alunos participem e interajam conosco, percebendo que todos são iguais e entendendo o que é racismo e o quanto ele é ruim para as pessoas”, assinala.
Alibia, que atua no Disa Leste nas áreas de saúde da População Negra, da População Indígena e da População Privada de Liberdade, conta que já tratou de questões indígenas, preconceito e racismo em ações em unidades de saúde, associações e comunidades, mas que está será a sua primeira vez a apresentar o tema no âmbito escolar.
“Estou muito empolgada, é uma experiência nova trabalhar com esse público. Já vinha pensando em falar sobre o racismo em escolas, e a oportunidade veio no PSE. Acho extremamente importante trabalhar esse tema entre alunos, e espero poder fazer isso mais vezes”.
Iniciativa
O Estação da Saúde foi desenvolvido de modo a proporcionar momentos educativos entre estudantes da rede pública e profissionais da Atenção Primária à Saúde, difundindo temas e práticas de saúde diversos. As estações temáticas da ação abrangem os temas Dignidade Menstrual, Relacionamento Abusivo, Alimentação Saudável, Gravidez na Adolescência, Tabagismo, Dengue, Racismo e Paz no Trânsito.
Nas ações da iniciativa, explica Jailce Dória, os estudantes visitam as estações, assistem a vídeos e interagem com os preceptores, dividindo o que aprenderam e o que pensam sobre o tema.
“Eles recebem a gente superbem, ficam interessados e gostam muito de participar. Também aproveitamos para apresentar a eles programas e ações da Semsa relacionadas aos temas trabalhados, a exemplo do ambulatório de tratamento de fumantes, no caso do tabagismo”.
Jailce conta que a iniciativa começou a ser desenvolvida este ano, como estratégia para levar as ações prioritárias a serem trabalhadas pelo PSE às unidades das redes municipal e estadual de ensino. O programa intersetorial reúne uma série de 14 temáticas, a serem trabalhadas em 293 escolas em Manaus, entre municipais e estaduais.
“No último ciclo bienal do programa, que encerrou neste mês, tivemos uma cobertura de 94,88% das escolas que receberam as ações. Isso é importante, pois mostra que as unidades estão cumprindo as metas e assegura que elas recebam recursos do governo federal”, comemora.
Além da Semsa e Semed, o projeto é desenvolvido em parceria com o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU); a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a TV Ufam, por meio do programa de extensão Telessaúde; e a faculdade Martha Falcão – Wyden.
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Texto – Jony Clay Borges/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa