Após 30 dias de fiscalizações em escolas estaduais, o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) usou a tribuna do Legislativo estadual, nesta quarta-feira (18/4), para reforçar a urgência de um posicionamento da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc) acerca da precariedade na educação do Amazonas:
“Porque passados os 30 dias, o Governo não apresentou uma solução e ninguém fala nada em nenhuma esfera. Cadê o deputado Amom que não dá uma linha em solidariedade aos jovens que hoje limpam escola? Porque para mim, isso não é normal, aluno tem que está em sala de aula”, pronunciou.
O parlamentar informou que a primeira fiscalização partiu de denúncias sobre a falta de serviços gerais devido aos atrasos no pagamento das empresas terceirizadas, exigindo que os próprios estudantes assumam essa função e providenciem os materiais de limpeza por conta própria. No entanto, a inspeção mostrou outros problemas.
“Eu fiscalizei através de denúncias a primeira escola estadual sobre a questão da falta dos profissionais de serviços gerais e lá não foi só isso que eu encontrei. Eu encontrei uma merenda não nutritiva. Isso foi a primeira escola, os alunos limpando a escola. Nesse período eu visitei três escolas, nas três escolas essa é a realidade, esse é o novo normal da educação do Amazonas”, declarou.
Outra questão reforçada foi a qualidade da merenda escolar. Com cardápio limitado a pão com água, bolachas e frango sem qualquer tipo de legume ou verdura, estudantes da rede pública que recebem uma dieta que não condiz com a Lei n° 6470/2023 de autoria do deputado, garantidora de alimentação saudável nas escolas estaduais.
“Hoje saiu uma matéria em que comprova que o Estado vai fornecer 10 toneladas de carne. Amém, porque desde fevereiro estão comendo só frango sem verdura e sem legumes, quem tá comprando o tempero são as senhoras da cozinha. É desta forma que nós vamos tirar o Amazonas do último lugar do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem? Com escolas de tempo integral servindo pão com água, às vezes só biscoito. Um suco na merenda escolar hoje somente em datas comemorativas”, explicou.
Além disso, Wilker também questionou a falta de manutenção de ares-condicionados nas instituições, que obriga os alunos a comparecerem mediante sistema de rodízio.
“Escolas fazendo rodízio. Contratos de manutenção de merenda, de ar-condicionado na casa dos milhões. E para onde está indo esse recurso? Não esqueçamos que a Lei obriga o Estado a aplicar 25% na educação”, ponderou.
Por fim, Barreto reforçou que diante de todas as situações denunciadas por ele há 30 dias, o Estado continua sem emitir qualquer tipo de esclarecimento e apresentar soluções, incluindo também o não posicionamento de parlamentares jovens que defendem a educação.