Profissionais de saúde da Prefeitura de Manaus que atuam na zona rural do município participaram de uma capacitação voltada ao controle da malária. A formação, que ocorreu nesta quarta-feira, 19/6, coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), visou qualificar equipes itinerantes para atuar no diagnóstico e tratamento da doença, de modo a contribuir para o fortalecimento das ações de prevenção e controle e redução do número de casos nas comunidades rurais da capital.
Ao todo, 34 servidores, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes de controle de endemias (ACEs) do Distrito de Saúde (Disa) Rural, participaram da atividade realizada no auditório do Disa Oeste, no bairro da Paz. No curso, eles foram orientados sobre a notificação de casos suspeitos, coleta de lâmina de gota espessa, teste rápido para malária e tipos de tratamento.
Conforme a chefe do Núcleo de Controle da Malária da Semsa, Ilauana Oliveira Paz, os profissionais de saúde participantes da formação vão atuar em equipes itinerantes de saúde e contribuir para o diagnóstico e tratamento da malária nas áreas mais distantes da zona urbana. A zona rural, aponta a gestora, responde por 56% dos casos em Manaus, tendo concentram 156 localidades de transmissão ativa da doença.
“Esses profissionais vão atuar no diagnóstico de casos também por meio do teste rápido, no qual o usuário recebe o resultado em 15 minutos e, em caso positivo, já pode iniciar tratamento. Oportunizando o diagnóstico e o tratamento imediato dos pacientes que vivem nesses lugares mais longínquos, vamos quebrar a cadeia de transmissão e diminuir os casos de malária nessas localidades”, explicou.
Além do teste rápido, segundo Ilauana, as equipes itinerantes contarão com aparelhos de testagem de G6PD, utilizados para aferir o nível de atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase do paciente, e assim avaliar se ele é elegível para uso da tafenoquina, empregado para tratamento da malária em dose única. O medicamento reduz para um dia o tempo de tratamento, em lugar dos sete dias com o uso da primaquina. “Isso vai contribuir para reduzir o abandono do tratamento pelo paciente”, afirma.
Para o chefe de Setor de Endemias Terrestre da Semsa, Ricardo Cavalcante, com o uso do teste rápido e da tafenoquina, o Disa Rural poderá ampliar o atendimento dos pacientes, atualmente em torno de 30% a 50%, para algo entre 50% e 80%. O atendimento em campo, avalia o gestor, vai evitar ainda que o paciente precise recorrer a um hospital ou serviço de pronto atendimento.
“Com isso, vamos conseguir elaborar ações de controle vetorial, fazer o acompanhamento do tratamento e ter um melhor cuidado com o paciente. Dessa forma, vamos expandindo nosso controle com o plano de eliminação da malária”, ressaltou.
Um dos participantes da capacitação foi o técnico de enfermagem da Unidade de Saúde da Família (USF) Pau-Rosa, Delber Bittencourt, que destacou a importância da formação conjunta dos profissionais que atuam na prevenção e controle da malária.
“É importante tanto para o profissional como para o usuário, no sentido de que, com esse conhecimento, podemos contribuir para o trabalho de prevenção e tratamento da malária junto à comunidade”, afirmou.
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Texto – Jony Clay Borges/Semsa
Fotos – Artur Barbosa/Semsa
Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjBw6XM