Projeto desenvolvido na escola busca valorizar a contribuição de personalidades negras na história e cultura mundial


alunos da escola Estadual (EE) professor Rofran Belchior da Silva, localizada no bairro Tancredo Neves, zona leste de Manaus, participaram do primeiro dia de apresentações culturais do projeto “Imortais da Negritude: referências negras, histórias que inspiram o presente”, momento que marca a culminância de uma série de atividades pedagógicas realizadas na unidade de ensino em homenagem ao Dia da Consciência Negra. O projeto busca a valorização da cultura afro-brasileira, por meio da contação de histórias de personalidades negras que contribuíram para a transformação social, política, cultural e científica do Brasil e do mundo.
A escola atende estudantes do ensino Regular e da educação de jovens e adultos (EJA), que, durante o mês de novembro, tiveram como conteúdo nas aulas de história questões sobre a invisibilização de pessoas negras, que, apesar das contribuições em diversas áreas da sociedade, não recebem o devido reconhecimento. A equipe docente decidiu tratar sobre a temática como uma forma de luta contra o preconceito, os estereótipos e o racismo.
O primeiro dia de apresentações, na quarta-feira (26/11), aconteceu no pátio da unidade de ensino, com apresentações culturais das turmas tanto do ensino Regular, quanto da EJA. Cada turma ficou responsável por apresentar, de maneira artística, uma personalidade negra para o público presente, explicando sobre a sua contribuição e importância histórica. Para o diretor da escola, José de Arimatéia, o projeto destaca os estudantes como protagonistas.
“É uma tentativa de a gente fazer uma sensibilização, fazer com que os alunos tenham consciência de que a negritude é importante, bem com todo o processo de estabilização do que o negro construiu, é com essa diversidade que a gente consegue sensibilizar e fazer com que eles participem e tenham o projeto em mãos”, afirmou o diretor.
Histórias que inspiram


Toda a escola foi ornamentada com cartazes que contavam a história de pessoas negras, produzidos pelos próprios estudantes, que se empenharam em dar luz a histórias que foram apagadas pelo racismo. As apresentações tiveram início com o desfile do Rei e Rainha da Beleza Negra, momento de exaltação à representatividade dos alunos negros. Durante os desfiles, os estudantes exibiram cartazes com frases de apoio a luta antirracista.
Além disso, foram também apresentados musicais que retratam a história dos artistas Michael Jackson, Elza Soares, Tim Maia, do geógrafo e escritor Milton Santos, e do escritor Machado de Assis, que por muitos anos foi retratado como um homem branco. Cada turma ficou responsável por apresentar um artista e o legado deixado por eles na sociedade.
A estudante Vanessa Lins, 18, da 3ª série do ensino médio, apresentou, juntamente com sua turma, a vida e obra do geógrafo Milton Santos, um dos grandes nomes da renovação da geografia nos anos de 1970. Os estudantes abordaram toda a resistência de Milton, necessária para que ele pudesse ter o direito de educar e construir conhecimento em um Brasil do século 20 marcado por preconceito e racismo.
“Esse evento e essa programação tem levantado pessoas para reviver esses personagens. Já é o terceiro ano que estou participando, então é incrível ver como os professores, o diretor e a escola tem se mobilizado com esse movimento, que tem grande importância nas nossas vidas”, destacou Vanessa.
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