Ao todo, 650 ovos de três espécies foram coletados na comunidade Ponta da Terra, localizada no rio Quiuini, em Barcelos
Foto: Divulgação/Sema
A área do acordo de pesca do Rio Quiuini, localizada no município de Barcelos (a 399 quilômetros de Manaus), começou os trabalhos de monitoramento de quelônios de 2024. Neste domingo (08/07), Agentes Ambientais Voluntários (AAVs) iniciaram a coleta de ovos.
A atividade ocorreu na comunidade Ponta da Terra. Ao todo, foram abertas 14 covas de tracajá (Podocnemis unifilis), quatro covas de irapucas (Podocnemis erytrocephala) e 12 covas de tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa), resultando na coleta de 650 ovos no total. A previsão de soltura é em janeiro de 2025.
“A dedicação dos AAVs não apenas traz benefícios diretos ao meio ambiente, mas também fortalece laços sociais e cria um futuro mais sustentável para todos nós. Essas ações têm um impacto direto na melhoria do ambiente local, inspiram outros a se envolverem, criando um efeito multiplicador em busca da sustentabilidade”, disse a gestora do Núcleo de Educação Ambiental (Nuedam) da Sema, Maria Edilene Neri.
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O trabalho contou com o apoio do Projeto Pé-de-Pincha, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O monitoramento de quelônios acontece na região da comunidade Ponta da Terra, por meio do projeto, desde 2003. Com a implementação do Acordo de Pesca na Região, o trabalho passou a ser realizado pelos AAVs, a partir de 2022.
O Programa de Agentes Ambientais da Sema foi criado pela Sema em 2008, com a proposta de formar comunitários como educadores ambientais, mobilizadores sociais, multiplicadores de lideranças e mediadores de conflitos. Eles atuam como ponte entre a população local e as políticas de conservação ambiental, sendo responsáveis por monitorar, fiscalizar e educar a população sobre a importância da preservação dos recursos naturais.
No caso do monitoramento de quelônios, os agentes são fundamentais para garantir que o processo seja feito de forma correta. Eles são responsáveis por identificar áreas de desova, realizar a coleta dos ovos e transportá-los para as chocadeiras, seguindo o processo metodológico dos pesquisadores do Projeto Pé-de-Pincha.
Foto: Divulgação/Sema
Metodologia
O processo começa com a identificação dos ninhos às margens dos rios, áreas designadas como ‘tabuleiros’. Os comunitários fazem a coleta dos ovos nas praias, campinas e barrancos, e levam para as chocadeiras, uma área reservada que simula o habitat natural do animal. Ali, são “replantados” e catalogados por espécie e data.
Durante o período de incubação, os AAVs atuam como monitores, acompanhando o desenvolvimento dos ninhos para evitar a interferência de predadores ou ações humanas. Após o nascimento, os quelônios são transferidos para tanques, onde permanecem até endurecerem o casco e atingirem um tamanho ideal para serem soltos na natureza em segurança.
Foto: Divulgação/Sema
Paisagens Sustentáveis
O trabalho recebeu o apoio financeiro do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL, sigla de Amazon Sustainable Landscapes). O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) coordena o ASL Brasil, executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMAs) e Órgãos Federais responsáveis pela gestão de áreas protegidas.
O ASL Brasil se insere no Programa Regional ASL, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementado pelo Banco Mundial (BM).
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