A ciranda do bairro da Liberdade encerrou o Festival de Cirandas. A apuração para definir a campeã de 2024 será nesta segunda (02/09)
Foto: David Martins/Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Os mistérios da floresta e o imaginário caboclo foram revelados pela Ciranda Guerreiros Mura, no domingo (1º/09), no Parque do Ingá. O espetáculo encerrou o 26º Festival de Ciranda de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
A ciranda do bairro da Liberdade, defendeu o tema “Sob o véu de Iacy” propondo imersão em uma noite na floresta Amazônica. Nas trilhas da fauna e da flora supranatural, a temática explorou elementos lendários que fazem parte do cotidiano caboclo. Matinta Pereira, o Bicho Folharal, os filhos de Anhangá, a Maria Caninana e tantos outros personagens, resultado do trabalho da comissão de artes, endossado pelo presidente da Guerreiros Mura, Renato Teles. “Nós trabalhamos, pesquisamos para mostrar uma atitude, uma ação dentro da noite. Nós vamos mostrar, no começo da noite, até o amanhecer, isso é um mistério. Com alegria, eu trago esse trabalho para o Parque do Ingá”, afirmou Renato.
O cenário, aos poucos, foi ganhando forma e teve a tecnologia como aliada. Módulos alegóricos carregaram a surpresa dos itens. Em um deles, a Porta Cores Sabrina Salles, que há 17 anos carrega a responsabilidade do posto vermelho, azul e branco. “Eu cresci na dança e a ciranda me tornou profissional que eu sou hoje. Eu sou professora de dança, então o meu amor começou a partir daí. Ela representa toda a extensão do meu amor, da minha profissão e todo esse sentimento de gratidão, de satisfação de entrar na arena e carregar o pavilhão é enorme”, revela a nativa de Manacapuru.
Foto: David Martins/Secretaria de Cultura e Economia Criativa
O cordão de cirandeiros incansável, considerado a alma da ciranda, apostou em coreografias com sincronismo e inovação. Personagens emblemáticos, como a Mãe Benta se misturam aos 78 anos de vida de Dona Zenita. A manacapuruense não esconde o amor pela ciranda, pela qual se dedica há 20 anos. “A Ciranda Mura, para mim, depois de Deus, é a minha família. Eu aprendi a conviver com os colegas, fazer entrevistas que eu nunca tinha feito e me sinto muito feliz. É um orgulho muito grande”, confirmou Dona Zita.
O espetáculo foi conduzido pelo apresentador Fabiano Neves, representando Tupã, ao lado dos cantadores Gamaniel Pinheiro, Julieta Câmara e Júlio Persil. A Mura também levou para arena artistas representantes de outras culturas populares. O pajé do Boi Garantido, Adriano Paketa e a rainha de bateria da Vitória Régia, Hurula Freitas encenaram “Guaracy e Iacy”.
Foto: David Martins/Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Na arquibancada, o show ficou a cargo da Torcida Raça Mura, chamada de Pituí. A força e a potência da galera são representadas pela Guerreira Raça Mura, Ane Santana. “É uma torcida incansável que está vindo do Bairro da Liberdade. E eu sou a personificação de cada torcida que está ali na arquibancada, que fica torcendo, vibrando, cantando todas as cirandadas, e claro, esperando o espetáculo do início ao fim”, destacou a filha de Manacá.
O título de campeã do 26º Festival de Cirandas de Manacapuru, disputado pelas cirandas Tradicional, Flor Matizada e Guerreiros Mura, será conhecido nesta segunda-feira (02/09), quando acontece a apuração das notas, a partir das 14h, no Parque do Ingá.
O post Festival de Cirandas 2024: Guerreiros Mura imergem na floresta amazônica e revela os mistérios da noite apareceu primeiro em Agência Amazonas de Notícias.