A representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para Proteção Contra violência, Najat Maalla M’jid, alertou que crianças e adolescentes não podem continuar sendo vítimas da violência armada.
“Certamente o crime precisa ser combatido, mas não PODE significar a morte violenta de crianças e adolescentes”, disse. Ela também citou o impacto da violência na rotina das crianças. “A falta de acesso e permanência segura nas escolas afeta não só o desenvolvimento das próprias crianças, mas tem impacto econômico negativo para o desenvolvimento de toda a cidade.”
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Quase 400 milhões de crianças são vítimas de disciplina violenta . A representante da ONU visitou o Rio de Janeiro, nos dias 19 e 20 de junho, onde reúne-se com autoridades do Poder Público, sociedade civil e lideranças jovens e movimentos sociais.
Em encontro com jovens atendidos por iniciativas do Unicef, Najat Maalla ouviu relatos de violência, racismo e como estão sendo discutidas políticas para prevenção da violência.
Mães e parentes vítimas da violência armada contaram a representante a luta por justiça, apoio e reparação do Estado.
“As famílias não podem esperar longos anos por uma resposta da justiça. A falta de resposta significa vitimar a família duas vezes”, afirmou, durante o encontro organizado em parceria com a Comissão Permanente de Combate ao racismo da Câmara de Vereadores do Rio.
Najat Maalla reuniu-se ainda com o prefeito Eduardo Paes, com o procurador-geral de justiça do Estado, Luciano Mattos; o secretário estadual de polícia Civil, Marcus Amim; o presidente do Tribunal de justiça, Ricardo Cardozona; presidente da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, Carlo Caiado; a vereadora Mônica Cunha, presidente da Comissão Permanente de Combate ao racismo; e o coordenador da infância e juventude da defensoria pública do Estado do Rio de Janeiro, Rodrigo Azambuja.
Nessas reuniões, foram tratados sistemas de proteção de crianças e adolescentes, políticas de prevenção à violência em territórios vulneráveis, integração de dados de centros de atendimentos, avanço na implementação da Lei da Escuta Protegida e a necessidade da adoção de medidas protetivas.
“Nos diferentes níveis e setores do governo, é importante termos o compromisso de ações integradas que sejam protetivas. Há iniciativas muito valiosas, e com sua integração o Brasil PODE acelerar a proteção das crianças”, disse a representante da ONU.
Ela também visitou Brasília e Boa Vista (RR).