A toxoplasmose na gravidez e em recém-nascidos foi tema do encontro que reuniu profissionais de saúde da Prefeitura de Manaus, nesta quarta-feira, 29/11, na sede do Distrito de Saúde (Disa) Sul, no bairro São Francisco, zona Sul. A atividade integra uma série de rodas de conversa que a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) realiza nos meses de novembro e dezembro, para discutir os fluxos de atenção aos casos da zoonose na Atenção Primária à Saúde (APS).
A atividade reuniu aproximadamente 50 médicos e enfermeiros de unidades de saúde vinculadas ao distrito. A agenda de encontros é coordenada pela Semsa, por meio dos núcleos de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança e do Adolescente, em parceria com a Fundação de Medicina Tropical – Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), com o objetivo de discutir a atenção aos casos de toxoplasmose congênita e gestacional na rede básica.
Conforme a técnica do Núcleo de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, Gerda Costa, a atividade vai subsidiar os profissionais com mais conhecimentos para realizar o diagnóstico da toxoplasmose em gestantes e recém-nascidos, bem como fazer o encaminhamento dos casos em tempo oportuno no âmbito da rede pública.
“Por ser uma gestação considerada de alto risco, a gestante deve ser encaminhada para um ponto na rede de saúde de maior densidade tecnológica. Seguimos acompanhando essa usuária na rede básica, mas de forma compartilhada com os infectologistas da FMT”, explica.
A chefe do Núcleo de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente, Janaína Sá Terra, pontua que as rodas de conversa enfocam também diretrizes técnicas para a realização do teste do pezinho. Isso porque o exame, também conhecido como triagem neonatal, é feito a partir de sangue coletado de recém-nascidos, há aproximadamente um ano passou a incluir a toxoplasmose em seu rol de doenças detectadas.
“Tanto a Semsa como a Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS-RCP) e a Fundação Hemoam emitiram notas técnicas relativas ao teste do pezinho. Realizamos esses encontros também para repassar essas orientações aos nossos profissionais”, afirmou.
A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, transmitido aos seres humanos pelo consumo de água e alimentos contaminados por fezes de animais, principalmente gatos, contendo o parasita. A infecção pode causar sequelas graves em bebês e crianças, com acometimento visual e mental, alterações motoras e perda auditiva.
Um dos participantes da roda de conversa, o enfermeiro da Unidade de Saúde da Família (USF) Frank Calderon, localizada no bairro Crespo, zona Sul, pontuou que a atividade vai permitir a ele e aos demais participantes atuar de forma mais resoluta na investigação e detecção precoce de casos de toxoplasmose e outras doenças no pré-natal de gestantes na rede básica.
“Esse treinamento beneficia não só a atenção básica, como também a secundária e a terciária, evitando a sobrecarga dessas áreas da rede de saúde. E isso, por sua vez, beneficia a atenção ao recém-nascido que é exposto a essas doenças”, conclui.
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Texto – Jony Clay Borges / Semsa
Foto – Artur Barbosa / Semsa