Na Sessão Plenária, desta quinta-feira (30), os deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) questionaram a portaria nº 514, do Ministério de Portos e Aeroportos do Governo Federal, publicada na última segunda-feira (27), que autoriza a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) a administrar, operar e explorar o Aeródromo de Manaus.
O deputado Sinésio Campos (PT) suscitou o tema, criticando a forma como a autorização foi feita pelo Ministério. “Fomos surpreendidos pela decisão do ministro de portos e aeroportos e me causou estranheza a forma como foi conduzida. É o momento de levarmos a sério o transporte aéreo, lembrando o papel social do Aeroclube, que é o único que forma pilotos, comissários de bordo e atende de forma eficiente os deslocamentos no nosso estado que tem distâncias continentais”, afirmou.
Em seu pronunciamento, o deputado Wilker Barreto (Cidadania) avaliou que, da forma como foi feita, a medida não houve diálogo e isso afetará o Amazonas inteiro. “Quantas famílias dependem do Aeroclube? Como viveríamos sem o Aeroclube ao longo desses oitenta anos? A medida representa desvantagem ao povo do Amazonas”, declarou.
A importância do Aeroclube para o interior do estado foi salientada pelo deputado Rozenha (PMB), em seu discurso. “O Aeroclube tem uma função social maior que o Eduardo Gomes. É dele que partem voos de socorro ao interior, por exemplo. Entregar à Infraero é entregar à burocracia e trazer a ineficiência que toma conta dos aeroportos do Brasil”, afirmou.
Contato
Ainda durante a Sessão, o deputado João Luiz (Republicanos) e o deputado Sinésio Campos entraram em contato, por telefone, com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que garantiu realizar reunião entre os parlamentares do estado e a Infraero para discutir sobre a questão.
Cessão de tempo
Ainda durante a Sessão Ordinária, aconteceu Cessão de Tempo, requerida pelo deputado Sinésio Campos, ao presidente do Aeroclube do Amazonas (ACA), Luiz Mário Peixoto, para discorrer sobre a atuação e importância do Aeroclube nas mais diversas áreas.
Segundo afirmou Luiz Mário, além da aviação em si, o Aeroclube realiza cursos de formação na área da aviação, com instrução de cursos de paraquedismo e aeromodelismo. Ele disse ainda que o serviço aeropostal do estado é dependente do Aeroclube, assim como o suporte médico e aeromédico e as remoções de pacientes graves e de cadáveres sai e chega pelo Aeroclube.
“Até na eleição o Aeroclube influencia porque as urnas com os votos do interior chegam à Manaus pelo Aeroclube, que dá suporte aos táxis aéreos. Se não fosse assim, teria de ser via fluvial. Também passa por lá, o envio de medicamentos ao interior. Durante a pandemia, o Aeroclube foi fundamental para atendimentos. Por isso, vimos solicitar apoio nesta situação e, em nome do Aeroclube, quero agradecer aos deputados empenhados em ajudar nesta causa”, enfatizou.
O coordenador de instrução de voo, Erasmo Melo, também falou sobre o impacto que a mudança pode ter para a manutenção das atividades. “Se a Infraero assumir a administração teremos mais custos, pois a instrução do voo acarreta um custo grande. O Aeroclube tem se empenhado para manter a escola de voo e precisa continuar gerindo o espaço para que as atividades de táxi aéreo, aeromodelismo, paraquedismo e tantas outras, que utilizam o Aeródromo de Flores, possam continuar”, analisou.
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